Risco de guerra em Belarus acende alerta no agro
O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, disse nesta semana que o país precisa se preparar para uma possível guerra. A situação na fronteira com a Ucrânia está tensa há alguns meses e o tema é observado com atenção pela indústria importadora de fertilizantes, já que o país é importante fornecedor. Atualmente, Belarus é a quarta mais importante origem de cloreto de potássio para as lavouras brasileiras.
Só em 2023, foram importadas mais de 13 milhões de toneladas do adubo vindo de diferentes regiões do mundo e Belarus contribuiu com mais de 1 milhão de toneladas. O Brasil compra de fora quase 100% do potássio que usa na produção agrícola. Neste momento, o mercado agro está em negociação do fertilizante, principalmente, para a safra de inverno, que começará a ser semeada a partir de janeiro em áreas do Centro-Sul.
Na atual temporada, há um atraso nas compras, o que acende uma luz amarela para a formação de preços em caso de agravamento geopolítico na região de Belarus. Em conversa com o Gabriel Gimeno, diretor comercial da Mosaic, empresa que detém uma fatia de mais de 15% do mercado de adubo brasileiro, qualquer agravamento do geopolítico tende a ser mais altista do que baixista para preços.
Segundo a consultoria StoneX, a participação de Belarus tem diminuído em nossa pauta importadora nos últimos anos. Logo, se os preços do potássio bielorusso aumentarem, o Brasil estará menos vulnerável do que antes, dado que terá outras origens disponíveis. Já a Agrinvest Commodities aponta que a disponibilidade de KCL no Brasil é a maior dos últimos anos, ou seja, num primeiro momento, a previsão é de pouco impacto.
O agronegócio brasileiro é um dos setores mais internacionalizados da economia e altamente impactado pelo cenário geopolítico. O setor é um grande importador de fertilizante e o leste europeu é também uma origem estratégica e precisa ser constantemente monitorado pelos efeitos em mercado e logística.
COMENTÁRIOS